sábado, 24 de outubro de 2015

Infância, parte 4/4

   De acordo com a minha fraca e linda memória, dos meus 7 até os 10 anos, meu padrasto me batia. Para mim, dane-se o motivo, é padrasto e não tem que bater -isso vale pra madrasta também. E com isso acredito que é por isso que não muito gosto dele. Ele é legal com a minha mãe e é isso o que importa.
   Quado eu disse que tinha sido abusada pelo cara que alugava o meu quarto, ele foi o primeiro a dizer pra minha mãe que o que eu disse era um absurdo, e que não tinha como acontecer, que eu era muito nova pra saber do que eu tava falando, que eu nem tinha noção do quão grave era a tal situação.
   Óbvio que não acreditaram em mim e me colocaram de castigo como "punição" -delicia de vida não?
   No ano em que fiz 11 anos, "fugi" de casa. De pois da escola -desde os meus 9 anos eu ia pra casa sozinha, sem a companhia de um adulto- fui pra casa de uma coleguinha de combe e o motorista nem estranhou, deixou eu entrar de boas lá. Depois de umas 2 horas na casa da vó dela ligaram pra casa dela pra saber se eu estava lá. Aí depois disso eu voltei pra casa e a minha mãe e meu padrasto começaram a prometer um monte coisa, falar um monte de coisa pra tentar me agradar enquanto o que eu queria era paz e ficar o máximo possível longe deles.
   Para concluir, sou uma péssima filha que fez a mãe chorar pra caralho, faz o padrasto querer me internar até eu fazer 18 anos -sim ele falou em me internar, e que iria pedir dinheiro pro pai dele ajudar a pagar.
   Uma pergunta, como não querer morrer, sendo que só causo problemas para as pessoas que convivem comigo? Que só sei mostrar a dor para elas desde pequena. Acho que realmente não tenho outra solução, outra saída, né?

Nenhum comentário:

Postar um comentário